segunda-feira, 20 de maio de 2013

MIAMI - CÉU AZUL, BADALAÇÃO, COMPRAS E MAIS COMPRAS


Miami é mesmo vaidosa e parece pouco tímida na hora de exibir seus dotes aos que chegam à principal porta de entrada para a Flórida, estado localizado no sul dos Estados Unidos.
Em Miami Beach, parada obrigatória para quem visita a cidade, o dia mal escurece e a arquitetura de tons pastéis do Art Deco District ganha o brilho exagerado dos neons dos hotéis e casas noturnas; a Ocean Drive e suas paralelas se enchem de carrões sob o comando de cinquentões acompanhados de moças com corpos esculpidos em academia; e os visitantes mais consumistas se esforçam para carregar sacolas com nomes de grifes estampados em letras nada discretas.
Porém quando aquelas luzes se apagam, o dia seguinte revela uma Miami que poucos se lembram de querer conhecer e o visitante descobre uma cidade capaz de mudar a opinião até do mais receoso dos viajantes ou surpreender aqueles que ainda encaram as compras como únicas possibilidades no destino.
Em pleno centro da cidade, uma atração chama a atenção. Tão imponente quanto os altos edifícios espelhados que tentam ofuscar-lhe a beleza, a Freedom Tower ainda relembra, saudosa, o tempo em que esse edifício de 1925 com arquitetura inspirada nas torres da Giralda, na Espanha, abrigava refugiados cubanos, nas décadas de 60 e 70.
Em South Beach, as construções em estilo art déco dos anos 20 e 30 ainda podem ser apreciadas na agitada Ocean Drive, avenida que abriga clássicos da hotelaria e da arquitetura como o Colony Hotel, de 1935, e o Cardozo Hotel, de 1939. Sem contar a opção de excelentes e inusitados museus, como o Wolfsonian, um simpático espaço dedicado às últimas décadas do american way of life, e o World Erotic Art Museum, que dispensa apresentações. 
Em Coral Gables, o visitante quase acredita que acaba de desembarcar em algum destino histórico do Velho Continente, do outro lado do Atlântico. 
Essa cidade dentro de Miami possui arquitetura em estilo mediterrâneo, cercada por fontes e boulevards arborizados. O bem sucedido projeto foi desenvolvido por George Merrick, ex-governador da Flórida que, na década de 20, idealizou uma região que reunisse, em um mesmo local, residências e negócios para os moradores.
É ali que atrativos como a Venetian Pool, piscina histórica esculpida em pedra coral, os jardins europeus do Vizcaya, casarão em estilo italiano de 1916, e o clássico Biltmore Hotel, declarado Patrimônio Histórico Nacional, provam que Miami é, sim, exibida. Mas não esquece seu passado. 
Verso e anverso da mesma moeda, South Beach/Miami Beach e Key Biscayne, na região chamada de Greater Miami and The Beaches, são duas das ilhas que vivenciam cotidianos distintos, embora distem poucos quilômetros uma da outra atravessando "causeways", que são as vias expressas sobre pontes que conectam os aglomerados urbanos locais.
De fato, tanto Miami Beach como Key Biscayne são duas das prefeituras satélites de Miami (www.miamiandbeaches.com) onde, no total, vivem 850 mil habitantes em 25 distritos, abrigando uma das maiores concentrações de hotéis de luxo em todo o mundo e recebendo voos de 89 empresas aéreas de 138 países. 
No sudeste da Flórida, na embocadura do rio Miami e diante da baía de Biscayne, a Grande Miami tem, no verão, temperaturas médias de 29C e, no inverno, de 19C. É também um enorme porto para transatlânticos de passageiros.
South Beach -codinome SoBe- é o endereço da badalação descrito de forma mordaz no livro "Fool's Paradise... Players, Poseurs and the Culture of Excess in South Beach", de Steven Gaines. Ali, à beira-mar, na Ocean Drive, 1.114, fica a mansão em estilo neomediterrâneo diante da qual o estilista ítalo-americano Gianni Versace, seu proprietário, foi assassinado aos 50 anos, em 1997.
Ideal para flanar, SoBe tem, além de pérolas arquitetônicas de Ocean Drive e das avenidas Collins e Washington, bares agitados e restaurantes, como o destacado neocubano Lario's on the Beach (www.bongoscubancafe.com), da cantora pop Gloria Estefan e em cujo menu há delícias que até poderiam ter saído de um cardápio trivial brasileiro, como arroz, feijão, leitão, banana assada -idem uma extensa lista de drinques e vinhos.
Ocean Drive tem ainda lojas praianas de gosto duvidoso e pitorescos hotéis e predinhos com néons art déco, caso do Marlin, Leslie, Cardozo e Clevelander, com bares acesos.
Nos anos 1980, SoBe ficou mais intensa quando o designer Leonard Horowitz repaginou cerca de 150 prédios, pintando as fachadas com cores vivas.
Ainda na região, o Sanford L. Ziff Jewish Museum funciona na avenida Washington, 301, num local onde, a partir de 1936, havia uma sinagoga.
Lincoln Road
Outro ponto culminante da muvuca de South Beach é a região de Lincoln Road, uma travessa das avenidas Collins e Washington entre as ruas 16 e 17. Essa rua remonta à década de 1920, quando o empreendedor pioneiro Carl Fisher a concebeu, modéstia às favas, para ser a "Quinta avenida do sul".
Dos primórdios, a singela igreja católica caiada no estilo colonial-mediterrâneo, aberta em 1921, foi consagrada com o nome de Miami Beach Community Church e admirar os vitrais internos vale o momento de descanso.
A regeneração urbana de Lincoln Road começou em 1984, quando surgiu o South Florida Art Center (SFAC). Foi então que essa rua simpática e informal foi repaginada nas proximidades de onde o arquiteto modernista Morris Lapidus projetou, nos anos 1950, os hotéis-resort DiLido (que hoje, restaurado à perfeição, virou o Ritz-Carlton South Beach) e o Fontainebleau.
À noite, o movimento é intenso nos calçadões de Lincoln Road e há belos prédios art déco, caso do Lincoln Theatre. De dia, a Lincoln Road é um centro de compras simpático e, nesse momento em que o espectro da crise econômica ainda ronda os EUA, há diversas lojas com liquidações arrasadoras e cartazes com dizeres do tipo "everything must go!".
Idioma - Inglês, mas bastam alguns minutos em Miami para que o turista se dê conta de que o espanhol é quase uma segunda língua oficial desse destino turístico em que nem os cartazes do transporte público e os anúncios publicitários escapam da forte influência de estrangeiros hispânicos. Se for optar pelo espanhol, prepare-se para ouvir o ?spanglish?, um curioso dialeto local que reúne em uma mesma frase palavras em inglês e espanhol.
Fuso horário - Miami está duas horas atrás do horário de Brasília.
Documentos - Passaporte e visto são os documentos indispensáveis para entrada no país, cuja verificação ocorre, ostensivamente, ainda nos aeroportos brasileiros. Prepare-se para uma verdadeira maratona para solicitação do visto norte-americano que inclui o acesso ao site www.visa-usa.com.br, pagamento de R$ 38 para agendamento de entrevista na Embaixada do Distrito Federal ou nos consulados do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, e o preenchimento de um questionário. Depois do agendamento, deve-se pagar uma taxa de US$ 140, nas agências do Citibank. No dia da entrevista, é obrigatória a presença do solicitante e a apresentação dos formulários de pedido de visto, comprovante de pagamento da taxa, passaporte válido e outros documentos listados no site www.embaixadaamericana.org.br.
É recomendável que o visitante faça a solicitação do visto com antecedência, uma vez que a espera para entrevista nos consulados mais procurados, como os de São Paulo e Rio de Janeiro, pode demorar mais de três meses.
Fonte: folhaonline.com


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